Negociação
Coletiva do Setor de Alimentação 2012/2013
Na mesa de
negociação patrões levam gráficos, vídeos, conversa fiada e intransigência
Na foto João Kowalski, presidente do sindicato patronal, juntamente com seus assessores. Para ele reajuste de 5,39% esta bom demais para os trabalhadores.
Rui Amaro Gil Marques
Assessoria de
Comunicação da FTIA PR e do STIAA
Na
primeira rodada de negociação coletiva do setor de Alimentação do Paraná
realizada na quinta-feira, 13 de setembro, em Curitiba os patrões já mostraram
como pretendem tratar as reivindicações apresentadas pelos trabalhadores
através dos seus sindicatos.
Vídeo
contra direitos trabalhistas
Logo
de inicio os patrões apresentaram um vídeo institucional elaborado pela
Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), entidade que representa o
setor patronal do estado, onde acusavam como a grande responsável pela falta de
competitividade das indústrias brasileiras a CLT Consolidação das Leis do
Trabalho. Para os patrões os direitos
dos trabalhadores amparados pela CLT são os grandes responsáveis pela “falta de
competitividade” das indústrias brasileiras.
Para
os patrões devemos colaborar com o setor produtivo para a construção de uma
agenda comum em defesa da indústria nacional e a nossa colaboração deve se dar
no apoio a uma reforma trabalhista onde os direitos dos trabalhadores sejam
flexibilizados, ou seja, deixem de ter força de lei. Não é a toa que no seu vídeo apresentaram
como exemplos de progresso e de competitividade a China e a Índia, países onde
os trabalhadores se encontram a mercê da voracidade e da ganância dos
empresários. Na China os sindicatos são proibidos de defender os trabalhadores
e o salário médio é de $2,40 dois dólares e quarenta centavos por dia. Na índia
a situação dos trabalhadores também não é das melhores.
Conversa
Fiada e Intransigência
Após
a apresentação do seu vídeo anti-direitos trabalhistas os patrões vieram com a
apresentação de gráficos demonstrando a queda de produção e de lucratividade
das indústrias do setor de Alimentação no Paraná. E mais uma vez acenaram como
um dos responsáveis por esse momento de baixa da indústria os “elevados
reajustes salariais” que os trabalhadores do setor conquistaram nos últimos
anos. Trocando em miúdos; para eles a culpa pela incompetência dos empresários é
sempre dos trabalhadores.
Em
seguida apresentaram a sua proposta de reajuste salarial: APENAS O INPC que é
de 5,39% e nada mais. Também se recusaram a discutir todas as propostas
apresentadas pelos sindicatos de trabalhadores para o fechamento da Convenção
Coletiva de Trabalho 2012/2013. Depois
de muita discussão e pressão dos sindicatos decidiu-se por uma nova reunião a
ser realizada em Curitiba no próximo dia 21, sexta-feira, na sede da Federação
dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Paraná (FTIA), entidade que
aglutina os sindicatos de trabalhadores do setor de Alimentação do estado.
A
única certeza que temos é que se os trabalhadores e trabalhadoras das
indústrias de Alimentação não se organizarem junto aos seus sindicatos essas
negociações salariais ficarão ainda mais difíceis devido a intransigência
patronal. Se deixarmos por conta deles teremos que pagar para trabalhar.
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